domingo, 21 de outubro de 2007

Sem Matemática... ninguém fala



Sem Matemática...
...Ninguém fala.

O surgimento da internet e dos novos meios de comunicação constituiu, sem dúvida, a grande revolução tecnológica da virada do milênio e veio mudar a vida de todos nós. Através dos computadores, todo o planeta está agora permanentemente ligado e trocando informações. Por trás dessa revolução, a Matemática teve, e continua tendo um papel crucial.
Matemáticos foram fundamentais para a invenção e para o desenvolvimento do telefone celular.

A instalação das redes de comunicação e a administração do enorme fluxo de informações que elas transportam envolvem problemas matemáticos da maior relevância. Por isso, matemáticos estão ajudando a desenvolver o software que faz a Internet e a telefonia celular funcionarem.
E aí? Caiu a ficha?

Sem Matemática...ninguém come

Sem Matemática...
...Ninguém come
Pode parecer estranho temperar a comida com números, mas, ao contrário do que se possa pensar, a Matemática está presente no dia a dia do campo. Ela ajuda a melhorar o aproveitamento da terra, das sementes, otimizar a irrigação, adaptar a topografia dos terrenos e a estudar o clima.
Além disso, a agricultura moderna também depende muito de tecnologia. Em equipamentos como colheitadeiras em silos e moinhos, em fertilizantes e remédios, e até no desenvolvimento de novas espécies, adaptadas às diferentes condições climáticas, estão presentes tecnologias que não seriam possíveis sem a Matemática.
Pense nisso na próxima vez que estiver jantando.

Sem Matemática... não saímos do lugar






Sem Matemática...
...Não saímos do lugar
O homem teve de levar seus olhos até a profundeza do espaço para obter estas imagens. Como fazê-lo sem a Matemática. Também escondidas na beleza destas fotos há várias outras tecnologias, todas elas dependentes e ligadas à Matemática como, por exemplo, processamento de imagens, comunicação de dados e correção de erros em códigos.
A Matemática contém seus mistérios, mas também ajuda a desenvolver outros.

Sem Matemática...não há vida

Sem Matemática...
... Não há vida.

Alguém pode até argumentar que a Vida - e posteriormente o Homem- surgiu muito antes de se conceber o que era Matemática. Entretanto, com o aparecimento da Medicina e Ciências correlatas, como a farmacologia, a Bioquímica e o sanitarismo, isso muda de figura.

O estudo do comportamento das endemias e da evolução de inúmeras doenças, como as degenerativas, é dependente da Matemática. Ela se encontra nos novos medicamentos, nas técnicas de diagnóstico por imagem, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, e nos equipamentos dos modernos centros cirúrgicos, que permitem que um médico realize uma cirurgia à distância. A Matemática está presente até no cálculo do grau de seus óculos- se é que você precisa deles.
Na próxima consulta ao seu oftalmologista, peça que ele troque o painel de letrinhas por números: tem mais a ver.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Os 35 camelos / O Testamento do Coronel Furibundo

OS 35 CAMELOS

Poucas horas havia que viajávamos sem interrupção, quando nos ocorreu uma aventura digna de registro, na qual meu companheiro Beremiz, com grande talento pôs em prática as suas habilidades de exímio algebrista. Encontramos, perto de um antigo caravançará meio abandonado, três homens que discutiam acaloradamente ao pé de um lote de camelos. Por entre pragas e impropérios gritavam possessos, furiosos: - Não pode ser! - Isto é um roubo - Não aceito! O inteligente Beremiz procurou informar-se do que se tratava. - Somos irmãos esclareceu o mais velho - e recebemos, como herança, esses 35 camelos. Segundo a vontade expressa de meu pai, devo receber a metade, o meu irmão Hamed Namir uma terça parte e ao Harim, o mais moço, deve tocar apenas a nona parte. Não sabemos, porém, como dividir dessa forma 35 camelos e a cada partilha proposta segue-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 35 é 17 e meio. Como fazer a partilha se a terça parte e a nona parte de 35 também não são exatas? - É muito simples atalhou o homem que calculava encarrego-me de fazer, com justiça, essa divisão, se me permitirem que eu junte aos 35 camelos da herança este belo animal que, em boa hora, aqui nos trouxe! - Não posso consentir em semelhante loucura! Como poderíamos concluir a viagem, se ficássemos sm o camelo? - Não te preocupes com o resultado, ó bagdali! replicou-me, em voz baixa Beremiz. Sei muito bem o que estou fazendo. Cede-me teu camelo e verás no fim a que conclusão quero chegar. Tal foi o tom de segurança com que ele falou, que não tive dúvida em entregar-lhe o meu belo jamal, que, imediatamente foi reunido aos 35 ali presentes, para serem repartidos entre os três herdeiros. - Vou, meus amigos disse-lhe ele, fazer a divisão justa e exata dos camelos que são agora, como vêem, em número de 36. E, voltando-se para o mais velho dos irmãos, assim falou: - Deverias receber, meu amigo, a metade de 35, isto .e, 17 e meio. Receberás a metade de 36 e, portanto, 18. Nada tens a reclamar, pois é claro que saístes ganhando com esta divisão! E, dirigindo-se ao segundo herdeiro, continuou: - E tu, Hamed Namir, deverias receber um terço de 35, isto é, 11 e pouco. Vais receber um terço de 36, isto é, 12. Não poderás protestar, pois tu também saíste com visível lucro na transação. E disse, por fim, ao mais moço: - E tu, jovem Harim Namir, segundo a vontade de teu pai deverias receber uma nona parte de 35, isto é, 3 e tanto. Vais receber uma nona parte de 36, isto é, 4. O teu lucro foi igualmente notável. Só tens a agradecer-me pelo resultado! E concluiu com a maior segurança e serenidade: - Pela vantajosa divisão feita entre os irmãos Namir partilha em que todos saíram lucrando couberam 18 camelos ao primeiro, 12 ao segundo e 4 ao terceiro, o que dá um resultado (16+12+4) de 34 camelos. Dos 36 camelos, sobram, portanto, dois. Um pertence, como sabem, ao bagdali, meu amigo e companheiro; outro toca por direito a mim, por ter resolvido, a contento de todos, o complicado problema da herança! - Sois inteligente, ó Estrangeiro! exclamou o mais velho dos três irmãos. Aceitamos vossa partilha na certeza de que foi feita com justiça e equidade! E o astucioso Beremiz o Homem que Calculava tomou logo posse de um dos mais belos “jamales” do grupo e disse-me entregando-me pela rédea o animal que me pertencia: - Poderás agora, meu amigo, continuar a viagem no teu camelo manso e seguro! Tenho outro especialmente para mim! E continuamos nossa jornada para Bagdá.
Malba Tahan,

extraído de OHOMEM QUE CALCULAVA,

publicado pela Ed. Record
O TE$TAMENTO DO CORONEL FURIBUNDO
Lá pelos lados do Jequitinhonha, onde outrora a mineração de ouro havia sido farta e proveitosa, havia um rábula esperto. Não era muito bom nos códigos, mas seu forte era os conchavos e as contas, principalmente as de dividir. Muitos advogados recorriam ao Anacleto Finório para organizar partilhas de terras e de bens. Não havia divisão que ele não fizesse dar certo, e el agradecia a sua Professora, D. Pasqualina, pelos bolos de palmatória e pelos conhecimentos que lhe permitiam tanto proveito.
Fazia trapaças de tal modo bem engendradas que seus clientes, mesmo logrados, davam-lhe fama. Um dia, sinhá Bernardina, que enviuvara do Coronel Furibundo, antigo fazendeiro e bom minerador, procurou-lhe com um problema de herança:
-Doutor Finório, o falecido deixou de herança 69 saquinhos do mais puro ouro, todos iguaizinhos e amarradinhos na boca com barbante de couro encerado, e me disse:
"-Bernardina, metade é pra vosmecê, que foi mulher boa e honesta. Da outra metade, dá uma parte pra minha filha Tininha e duas partes pro Gumercindo, pra mor dele tocar a fazenda. Mas não quero que abram os saquinhos na partilha. Vocês se entendam."
-E assim ele feneceu, doutor Finório. Agora n´pos queremos concordar com o finado, porém a minha parte é 34 saquinhos e meio. Eu áté me contentava com 34, mas, ainda assim, com 35 restantes não dá conta ceta pra dividir com os filhos, porque 35 dividido em três partes, também dá quebrado. Nós já fomos ao doutor Ives em São Paulo, ao doutor Noronha em Belo Horizonte. A partilha ia custar dois saquinhos de ouro, mas eles não foram capazes de dividir.
-Deixa comigo, sinhá Bernardina- disse Finório, fazendo pose.
-E quanto vasi custar a partilha doutor?
-Barato , dona Bernardina, o mesmo preço desses advogados famosos. Um saquinho a senhora paga pelo meu serviço. Dona tinhinha e o Gumercindo pagam pelo outro saquinho.
-Mas se a divisão não dá certo como pagar? Eu não vpou desobedecer a vontade do velho, que está no céu conferindo a gente- disse Gumercindo.
Finório não se amofinou e foi logo dizendo:
-Dona Bernardina, me pague adiantado a sua parte.
Dona Bernardina, meio desconfiada, assim fez, e o bolo ficou com 68 saquinhos.
Finório entregou metade a dona Bernardina, que lhe agradeceu e foi saindo contentee feliz com 34 saquinhos. Depois disse:
-Gumercindo, me pague o saquinho da segunda metade.
E assim foi geito. O bolo restante ficou com 33 saquinhos.
-Tininha leva uma parte, que são 11 saquinhos- disse Finório -, Gumercindo leva duas partes, que são 22 saquinhos.
Os dois sairam felizes da vida fazendo mesuras de quebrar a espinha.
Cumpriram o desejo do pai e dividiram a herança. Anacleto Finório além de receber adiantado, teve a fama aumentada até pelos lados de São Paulo e Belo Horizonte.